Os povos insulares do Estreito de Torres possuem características distintas dos povos aborígenes australianos, estando geneticamente ligados aos povos melanésios e da Papua Nova Guiné. Contudo, à semelhança do que acontecia com a maioria dos povos aborígenes australianos, que não possuía uma linguagem escrita, a arte e cultura dos povos insulares do Estreito de Torres era, sobretudo, transmitida através da narração de histórias e da dança, e presenciada por audiências limitadas, maioritariamente nativas. Este património imaterial foi quase totalmente dizimado pelos missionários no final do séc. XIX e apenas sobreviveu graças a um pequeno grupo de anciãos, que conseguiu manter a memória das histórias, cerimónias e outro material cultural e transmiti-la aos mais jovens. Atualmente, artistas como Alick Tipoti, Glen Mackie, Joel Sam, Solomon Booth e Victor Motlop expressam de forma mais gráfica a cultura dos seus antepassados e conseguiram despertar o interesse internacional na arte dos seus povos. Recorrendo a técnicas modernas, narram lendas e mitos das suas tribos, nas quais predomina uma forte ligação ao mar, combinando um sólido sentido pictórico com o uso apurado de cores e texturas.
28 de junho a 14 de julho ‧ mala voadora