Num tempo indefinido que se parece com o nosso, uma mulher lida com dois fins simultâneos. Pela janela, ela assiste, lá fora, ao mundo a desmoronar-se. Ele não se degrada como já sabemos ser possível, mas com um dramatismo bíblico e – para seu espanto – como consequência direta da degradação que ela vê acontecer ao seu próprio corpo por efeito de uma doença degenerativa. Vê a sua própria destruição prolongar-se na destruição do mundo. OFF transforma- se progressivamente num labirinto entre aquilo que acontece a esta mulher, a história contada no livro que um escritor lhe propõe publicar (que se revela tê-la a ela como protagonista) e as legendas dadas a ler ao público que assiste a tudo isto (que parecem pertencer a esse livro). Há um sacrifício revelador. Diluem-se os “limites entre as coisas” que permitem acreditar que existem entidades diferenciadas no mundo. Tira-se uma camada da superfície do mundo para revelar uma maquinaria única – uma maquinaria que, como a biologia explica, pode sacrificar uma parte a favor da sobrevivência do todo.
Num tempo indefinido que se parece com o nosso, uma mulher lida com dois fins simultâneos. Pela janela, ela assiste, lá fora, ao mundo a desmoronar-se. Ele não se degrada como já sabemos ser possível, mas com um dramatismo bíblico e – para seu espanto – como consequência direta da degradação que ela vê acontecer ao seu próprio corpo por efeito de uma doença degenerativa. Vê a sua própria destruição prolongar-se na destruição do mundo. OFF transforma- se progressivamente num labirinto entre aquilo que acontece a esta mulher, a história contada no livro que um escritor lhe propõe publicar (que se revela tê-la a ela como protagonista) e as legendas dadas a ler ao público que assiste a tudo isto (que parecem pertencer a esse livro). Há um sacrifício revelador. Diluem-se os “limites entre as coisas” que permitem acreditar que existem entidades diferenciadas no mundo. Tira-se uma camada da superfície do mundo para revelar uma maquinaria única – uma maquinaria que, como a biologia explica, pode sacrificar uma parte a favor da sobrevivência do todo.
direção Jorge Andrade, com assistência de Maria Jorge ‧ texto Jorge Andrade e Chris Thorpe, a partir de Dying de Chris Thorpe ‧ tradução Manuel Poças ‧ com Andreia Bento/Tânia Alves, Maria Jorge e David Pereira Bastos/Jorge Andrade ‧ cenografia José Capela, com edição de imagem de António MV ‧ figurinos José Capela com execução de Maria dos Prazeres ‧ luz João Fonte com Jorge Andrade ‧ banda sonora Sérgio Delgado ‧ imagem e vídeo de divulgação António MV ‧ fotografia de cena José Caldeira (Porto) e Filipe Ferreira (Lisboa) ‧ direção de produção Pedro Jordão ‧ produção executiva Andreia Bento ‧ assistente de produção Sofia Freitas ‧ coprodução Teatro Nacional D. Maria II e Teatro Nacional São João ‧ residência de coprodução O Espaço do Tempo ‧ apoio Câmara Municipal do Porto / Criatório ‧
10 de junho ‧ Centro Cultural Vila Flor (Guimarães)
19 de junho ‧ Teatro Municipal de Portimão
8 e 9 de outubro ‧ Teatro Viriato (Viseu)
2 a 19 de dezembro ‧ Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa)