Num tempo indefinido que se parece com o nosso, uma mulher lida com dois fins simultâneos. Pela janela, ela assiste, lá fora, ao mundo a desmoronar-se. Ele não se degrada como já sabemos ser possível, mas com um dramatismo bíblico e – para seu espanto – como consequência direta da degradação que ela vê acontecer ao seu próprio corpo por efeito de uma doença degenerativa. Vê a sua própria destruição prolongar-se na destruição do mundo. OFF transforma- se progressivamente num labirinto entre aquilo que acontece a esta mulher, a história contada no livro que um escritor lhe propõe publicar (que se revela tê-la a ela como protagonista) e as legendas dadas a ler ao público que assiste a tudo isto (que parecem pertencer a esse livro). Há um sacrifício revelador. Diluem-se os “limites entre as coisas” que permitem acreditar que existem entidades diferenciadas no mundo. Tira-se uma camada da superfície do mundo para revelar uma maquinaria única – uma maquinaria que, como a biologia explica, pode sacrificar uma parte a favor da sobrevivência do todo.

direção Jorge Andrade, com assistência de Maria Jorge texto Jorge Andrade e Chris Thorpe, a partir de Dying de Chris Thorpe tradução Manuel Poças com Andreia Bento/Tânia Alves, Maria Jorge e David Pereira Bastos/Jorge Andrade cenografia José Capela, com edição de imagem de António MV figurinos José Capela com execução de Maria dos Prazeres luz João Fonte com Jorge Andrade banda sonora Sérgio Delgado imagem e vídeo de divulgação António MV fotografia de cena José Caldeira (Porto) e Filipe Ferreira (Lisboa) direção de produção Pedro Jordão produção executiva Andreia Bento assistente de produção Sofia Freitas coprodução Teatro Nacional D. Maria II e Teatro Nacional São João residência de coprodução O Espaço do Tempo apoio Câmara Municipal do Porto / Criatório

datas

10 de junho ‧ Centro Cultural Vila Flor (Guimarães)

19 de junho ‧ Teatro Municipal de Portimão

8 e 9 de outubro ‧ Teatro Viriato (Viseu)

2 a 19 de dezembro ‧ Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa)