O feminismo chegou à sua quarta vaga, da qual o movimento MeToo é a sua expressão mais eloquente. Mas a época dita “pós-feminista” já tinha sido iniciada antes, quando a questão do género e a crítica da divisão binária dos géneros se tornaram primordiais. O pós-feminismo já não se funda numa identidade feminina e o género substitui-se à dualidade homem/mulher, masculino/feminino. Há um risco nesta deslocação que tem sido apontado: o de se passar a um feminismo sem mulher, o que não serve de modo nenhum as tradicionais lutas feministas. Daqui decorre uma certa “despolitização” do feminismo, que segue a par de uma forte efervescência académica e vitalidade teórica, e cujas manifestações bem visíveis consistem na proliferação de disciplinas (women’s studies, gender studies, queer studies, etc.) e de categorias e conceitos, tais como ecofeminismo, ciberfeminismo, xenofeminismo, afrofuturismo feminista, etc.).

com Regina Guimarães, Luísa Sequeira, Marinela Freitas, Laurent de Sutter, Diogo Ramada Curto, Nathalie Quintane, P. Feijó, André Tecedeiro

datas

14 e 15 de abril ‧ mala voadora